Biografia dos Santos

São Pio X

Posted on: abril 3, 2010

São Pio X, sucessor de Leão XIII, foi Papa de 1903 a 1914. O segundo de doze filhos, nasceu em uma família modesta(o pai era empregado municipal; a mãe, costureira). Em 1893,Leão XIII nomeou-o Patriarca de Veneza,e foi eleito papa em 1903; quis adotar o nome Pio emhomenagem aos papas homônimos anteriores que tanto sofreram pela Igreja.
beatificado em 1951 e canonizado em 3 de Setembro de 1954 por Pio XII.

Biografia do Vaticano sobre SãoPio X

Um grande Papa canonizado pela Igreja, São Pio X, dedicou precisamente às crianças não pouca atenção e esforço pastoral. No dia 8 de agosto de 1910 emanava-se o Decreto “Quam singulari”, através do qual o Santo Padre Pio X estabelecia que se podia admitir as crianças à Primeira Comunhão já a partir da idade de sete anos.
Tratou-se de um acontecimento muito importante para a pastoral das crianças, pois sem a necessidade de esperar mais tempo, elas podiam assim aproximar-se da Comunhão Eucarística, depois de terem recebido nas respectivas paróquias a devida preparação que lhes permitia aprender os primeiros elementos fundamentais da fé cristã. Com efeito, já naquela época a idade da discrição tinha sido estabelecida por volta dos sete anos, quando a criança já consegue distinguir o pão comum do Pão eucarístico, verdadeiro Corpo de Cristo.


Juntamente com São Pio X, muitos de nós estão convencidos de que esta prática de permitir que as crianças recebam a Primeira Comunhão já a partir dos sete anos de idae confere à Igreja copiosas graças do Céu. Além disso, não se pode esquecer que na Igreja primitiva o sacramento da Eucaristia se administrava até aos recém-nascidos, imediatamente depois do Batismo, sob as espécies de umas poucas gotas de vinho.


Permitir que as crianças possam receber Jesus Eucarístico quanto antes possível representou, durante muitos séculos, um dos alicerces mais firmes da pastoral destinada aos mais pequeninos no seio da Igreja; este hábito foi restabelecido por São Pio X na sua época, tendo por isso sido elogiado pelos seus Sucessores e, ainda mais vezes, pelo nosso Santo Padre João Paulo II.
O cânone 914 do Código de Direito Canônico acolheu plenamente o pensamento do Sumo Pontífice: “Os pais, em primeiro lugar, e aqueles que fazem as suas vezes, assim como o pároco, têm a obrigação de procurar fazer com que as crianças que já alcançaram o uso da razão se preparem convenientemente e se nutram quanto antes, depois da Confissão sacramental, com este alimento divino”.


Recentemente, o Santo Padre João Paulo II voltou a refletir sobre aquela decisão de São Pio X, com palavras de admiração; e fê-lo no seu livro intitulado: “Levantai-vos, vamos!”: “Um testemunho comovedor de amor pastoral pelas crianças foi dado pelo meu predecessor São Pio X, com a sua decisão acerca da Primeira Comunhão. Ele não somente reduziu a idade necessária para aproximar-se da Mesa do Senhor, fruto este de que eu mesmo gozei em maio de 1929, mas ofereceu também a possibilidade de receber a Comunhão até mesmo antes de ter completado sete anos de idade, caso a criança em questão demonstre um discernimento que se possa considerar suficiente. A Sagrada Comunhão antecipada foi uma decisão pastoral que merece ser recordada e elogiada. Ela produziu muitos frutos de santidade e de apostolado entre as crianças, favorecendo o surgimento de mais vocações sacerdotais” (João Paulo II, “¡Levantaos! ¡Vamos!”, Plaza Janés, Barcelona 2004, pág. 97).
Nós sacerdotes, chamados por Deus a conservar o Santo Sacramento do altar em união com os nossos Bispos, podemos e devemos cuidar que sobretudo as crianças sejam os primeiros destinatários deste imenso dom: a Eucaristia, que Deus depositou nas nossas frágeis mãos de argila, nas nossas mãos consagradas.

Fonte:http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cevang/p_missionary_works/infantia/documents/rc_ic_infantia_doc_20090324_boletin13p7_po.html

Catecismo Maior de São Pio X.Edições Santo Tomás.2005.

Catecismo Maior de São Pio X

Porque chamamos ao Credo Símbolo dos apóstolos?

O Credo chama-se Símbolo dos Apóstolos porque é um compêndio das verdades da fé,ensinadas pelos Apóstolos(p.40).

Que quer dizer a palavra “Credo, eu creio” que dizeis no começo do Símbolo?

A palavra “Credo, eu creio” quer dizer: eu tenho por absolutamente verdadeiro tudo o que nestes doze artigos se contém; e o creio mais firmemente do que se o visse com os meus olhos,porque Deus, que não pode nem enganar-Se nem enganar-nos, revelou estas verdades à Santa Igreja Católica, e por meio d’Ela as revela também a nós(p.41).

O mundo foi criado somente pelo Pai?

O mundo foi criado igualmente por todas as três Pessoas divinas, porque aquilo que uma Pessoa faz às criaturas, fazem-no com um dó e o mesmo ate e também as outras.

Por que então a criação se atribui particularmente ao Pai?

Atribui-se a criação particularmente ao Pai porque a criação é efeito da onipotência divina, a qual se atribui particularmente ao Pai, como se atribui a sabedoria ao Filho e a bondade ao Espírito Santo, embora todas as três Pessoas tenham a mesma onipotência, sabedoria e bondade(p.43).

Porque dizeis que nada sucede sem que Deus o queira ou permita?

Diz-se que nada sucede no mundo sem que Deus o queira ou permita porque há coisas que Deus quer e manda, e outras que Ele não quer, mas não impede, como o pecado(p.44).

Por que Deus não impede o pecado?

Deus não impede o pecado porque até do abuso que o homem faz da liberdade que Ele concedeu sabe tirar um bem, e fazer resplandecer ainda mais a sua misericórdia ou a sua justiça.(p.44).

Qual é a criatura mais nobre que Deus colocou sobre a terra?

A criatura mais nobre que Deus colocou sobre a terra, é o homem.
(…)
Que é o homem?(p.46-50).

O homem é uma criatura racional, composta de alma e corpo.

Que é a alma?

A alma é a parte mais nobre do homem, porque é substância espiritual, dotada de inteligência e de vontade, capaz de conhecer a Deus e de O possuir eternamente.

Pode-se ver e apalpar a alma humana?

Não se pode ver nem apalpar a nossa alma, porque é espírito.

Morre a alma humana com o corpo?

A alma humana nunca morre; a fé e a mesma razão provam que la é imortal.

É livre o homem nas suas ações?

Sim, o homem é livre nas suas ações; e cada qual sente, dentro de si mesmo, que pode fazer uma ação e deixar de fazê-la, ou fazer antes uma que outra.

Explicai com um exemplo a liberdade humana.

Se eu disser voluntariamente uma mentira, sinto que poderia deixar de dizê-la, e calarme, e que poderia também falar de outro modo, dizendo a verdade.

Por que se diz que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus?

Diz-se que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, porque a alma humana é espiritual e racional, livre na su i ação, capaz de conhecer e de amar a Deus, e de gozá-Lo eternamente, perfeições que refletem em nós um raio da infinita grandeza de Deus.

Em que estado criou Deus os nossos primeiros pais Adão e Eva?

Deus criou Adão e Eva no estado de inocência e de graça; mas depressa o perderam,pelo pecado.

Além da inocência e da graça santificante, com cedeu Deus ao nossos primeiros pais outros dons?

Além da inocência e da graça santificante, Deus concedeu aos nossos primeiros pais outros dons, que eles deviam transmitir, juntamente com a graça santificante, aos seus descendentes, e eram: a integridade, isto é, a perfeita sujeição dos sentidos à razão; a imortalidade; a imunidade de todas as dores e misérias; e a ciência proporcionada ao seu estado.

Qual foi o pecado de Adão?

O pecado de Adão foi um pecado de soberba e de grave desobediência.

Qual foi o castigo do pecado de Adão e Eva?

Adão e Eva perderam a graça de Deus e o direito que tinham ao céu, foram expulsos do Paraíso Terrestre, sujeitos a muitas misérias na alma e no corpo, e condenados a morrer.

Se Adão e Eva não tivessem pecado, ficariam livres da morte?

Se Adão e Eva não tivessem pecado, mas se se tivessem conservado fiéis a Deus, depois de uma permanência feliz e tranqüila neste mundo, teriam sido levados por Deus ao Céu, sem morrer, a gozar uma vida eterna e gloriosa.

Eram estes dons devidos ao homem?

Estes dons não eram devidos por nenhum título ao homem, mas eram absolutamente gratuitos e preternaturais; e por isso, tendo Adão desobedecido ao preceito divino, Deus pôde, sem injustiça, privar deles a Adão e a toda a sua descendência.

Este pecado, é próprio somente de Adão?

Este pecado não é só de Adão, mas é também nosso, embora por diverso título. É próprio de Adão, porque ele o cometeu com um ato da sua vontade, e por isso nele foi pessoal. É nosso, porque tendo Adão pecado como cabeça e fonte de todo o gênero humano, é transmitido por geração natural a todos os seus descendentes, e por isso para nós é pecado original.

Como é possível que o pecado original se transmita a todos os homens?

O pecado original transmite-se a todos os homens, porque tendo Deus conferido ao gênero humano, em Adão, a graça santificante e os outros dons preternaturais, com a condição de que ele não desobedecesse, e tendo este desobedecido tia sua qualidade de cabeça e pai do gênero humano, tornou a natureza humana rebelde a Deus. Por isso a natureza humana é transmitida a todos os descendentes de Adão num estado de rebeldia contra Deus, privada da graça divina e dos outros dons.

Contraem todos os homens o pecado original?

Sim, todos os homens contraem o pecado original, exceto a Santíssima Virgem que dele foi preservada por Deus, com singular privilégio, na previsão dos merecimentos de Jesus Cristo Nosso Salvador.

Depois do pecado de Adão, já não poderiam os homens salvar-se?

Depois do pecado de Adão, os homens já não poderiam salvar-se, se Deus não tivesse usado para com eles de misericórdia.

Qual foi a misericórdia de que Deus usou para com o gênero humano?

A misericórdia de que Deus usou para com o gênero humano, foi prometer logo a Adão um Redentor divino, ou Messias, enviá-Lo depois a seu tempo, para libertar os homens da escravidão do demônio e do pecado.

Quem é o Messias prometido?(p.46-50).

O Messias prometido é Jesus Cristo, como nos ensina o segundo artigo do Credo.
(…)

Que nos ensina o segundo artigo do Credo: e em Jesus Cristo, um só seu Filho, Nosso Senhor?(p.50-53).

O segundo artigo do Credo ensina-nos que o Filho de Deus é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade; que Ele é Deus eterno, todo-poderoso, Cria for e Senhor, como o Padre; que se fez homem par nos salvar; e que o Filho, de Deus feito homem se chama Jesus Cristo.

Por que se chama Filho a segunda Pessoa?

A segunda Pessoa chama-se Filho porque é gerada pelo Padre por via de inteligência, desde toda da ti eternidade; e por este motivo se chama também Verbo eterno do Padre.

Sendo também nós filhos de Deus, por que Jesus Cristo se chama Filho único de Deus Pai?

Jesus Cristo chama-se Filho único de Deus porque só Ele é por natureza seu Filho, e nós seus filhos por criação e por adoção.

Por que Jesus Cristo se chama Nosso Senhor?

Chama-se Jesus Cristo Nosso Senhor não se porque, enquanto Deus, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, nos criou, como também porque, em enquanto Deus e homem nos remiu com seu Sangue.

Por que o Filho de Deus feito homem se o chama Jesus?

O Filho de Deus feito homem chama-se Jesus que quer dizer Salvador, porque nos salvou da morte eterna que merecíamos por nossos pecados.

Quem deu o nome de Jesus ao Filho de feito homem?

Foi o mesmo Padre Eterno que deu o nome de Jesus ao Filho de Deus feito homem, por meio do Arcanjo São Gabriel, quando este anunciou à Virgem Santíssima o mistério da Encarnação.

Por que o Filho de Deus feito homem se chama também Cristo?

O filho de Deus feito homem chama-se também Cristo, que quer dizer Ungido e
consagrado, porque antigamente ungiam-se os reis, os sacerdotes e os profetas e Jesus é Rei dos reis, Sumo Sacerdote e Sumo Profeta.

Foi Jesus Cristo verdadeiramente ungido e consagrado com unção corporal?

A unção de Jesus Cristo não foi corporal, como a dos antigos reis, sacerdotes e profetas, mas toda espiritual e divina, porque a plenitude da divindade habita nEle substancialmente.

Tiveram os homens algum conhecimento de Jesus Cristo antes da sua vinda?

Sim, os homens tiveram conhecimento de Jesus Cristo antes da sua vinda, pela promessa do Messias, que Deus fez aos nossos primeiros pais Adão e Eva, a qual renovou aos santos Patriarcas; e também pelas profecias e muitas figuras que O designavam.

Como sabemos nós que Jesus Cristo é verdadeira mente o Messias e o Redentor prometido?

Sabemos que Jesus Cristo é verdadeiramente o Messias e o Redentor prometido, porque nEle se cumpriu:
1) tudo o que anunciavam as profecias;
2) tudo o que representavam as figuras do Antigo Testamento.

Que prediziam as profecias acerca do Redentor?

As profecias prediziam acerca do Redentor: a tribo e a família da qual devia sair; o lugar e o tempo do nascimento; os seus milagres e as mais minuciosas circunstâncias da sua Paixão e morte; a sua ressurreição e ascensão ao Céu; o seu reino espiritual, universal e perpétuo, que é a Santa Igreja Católica.

Quais são as principais figuras do Redentor no Antigo Testamento?

As principais figuras do Redentor no Antigo Testamento são o inocente Abel, o sumo sacerdote Melquisedec, o sacrifício de Isaac, José vendido pelos irmãos, o profeta Jonas, o cordeiro pascal e a serpente de bronze, levantada por Moisés tio deserto.

Como sabemos nós que Jesus Cristo é verdadeiro Deus?

Sabemos que Jesus Cristo é verdadeiro Deus:

1) pelo testemunho do Padre Eterno, quando disse: Este é O meu Filho muito amado, no qual tenho posto todas as minhas complacências: ouvi-O ;

2) pela afirmação do próprio Jesus Cristo, confirmada com os mais estupendos
milagres;

3) pela doutrina dos Apóstolos;

4) pela tradição constante da Igreja Católica.

Quais são os principais milagres operados por Jesus Cristo?

Os principais milagres operados por Jesus Cristo são, além da sua ressurreição, a saúde restituída aos enfermos, a vista aos cegos, o ouvido aos surdos, a vida aos mortos.
(…)

Que nos ensina o terceiro artigo do Credo: o qual foi concebido pelo poder do
Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem?(p.53-55).

O terceiro artigo do Credo ensinam-nos que o Filho de Deus tomou um corpo e uma alma, como nós temos, no seio puríssimo de Maria Santíssima, Pelo poder do Espírito Santo, e que nasceu desta Virgem.
Concorreram o Pai e o Filho também para formar o corpo e para criar a alma de Jesus Cristo?

Sim, para formar o corpo e para criar a alma de Jesus Cristo, concorreram todas as três Pessoas divinas.

Por que se diz só: foi concebido pelo poder do Espírito Santo?

Diz-se só: foi concebido pelo poder do Espírito Santo, porque a Encarnação do Filho de Deus é obra de bondade e de amor, e as obras de bondade e de amor atribuem-se ao Espírito Santo.

Fazendo-se homem, deixou o Filho de ser Deus?

O Filho de Deus, fazendo-se homem, não deixou de ser Deus.

Então Jesus Cristo é Deus e homem ao mesmo tempo?

Sim, o Filho de Deus encarnado, isto é, Jesus Cristo, é Deus e homem ao mesmo tempo, perfeito Deus e perfeito homem.

Há então em Jesus Cristo duas naturezas?

Sim, em Jesus Cristo, que é Deus e homem, há duas naturezas, a divina e a humana.

E haverá também em Jesus Cristo duas pessoas, a divina e a humana?

No Filho de Deus feito homem há só uma Pessoa, que é a divina.

Quantas vontades há em Jesus Cristo?

Em Jesus Cristo há duas vontades, uma divina, outra humana.

Tinha Jesus Cristo vontade livre?

Sim, Jesus Cristo tinha vontade livre, mas não podia fazer o mal, porque poder fazer o mal é defeito, e não perfeição da liberdade.

Serão uma e a mesma Pessoa o Filho de Deus e o Filho de Maria Santíssima?

O Filho de Deus e o Filho de Maria Santíssima são a mesma Pessoa, isto é, Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

E a Virgem Maria, será Mãe de Deus?

Sim, Maria Santíssima é Mãe de Deus, porque é Mãe de Jesus Cristo, que é verdadeiro Deus.

De que maneira veio Maria a ser Mãe de Jesus Cristo?

Maria veio a ser Mãe de Jesus Cristo unicamente por virtude do Espírito Santo.

É de fé que Maria foi sempre Virgem?

Sim, é de fé que Maria Santíssima foi sempre Virgem, e é chamada a Virgem por excelência.(p.53-55).

(…)

Que nos ensina o quarto artigo do Credo: padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado?(p.55-59)

O quarto artigo do Credo ensina-nos que Jesus Cristo, para remir o mundo com o seu precioso Sangue, padeceu sob Pôncio Pilatos, governador da Judéia, e morreu no madeiro da Cruz, da qual foi descido, e no fim sepultado.

Que quer dizer a palavra padeceu?

A palavra padeceu exprime todos os sofrimentos suportados por Jesus Cristo na sua Paixão.

Padeceu Jesus Cristo enquanto Deus ou enquanto homem?

Jesus Cristo padeceu enquanto homem somente, porque enquanto Deus não podia padecer nem morrer.

Que espécie de suplício era o da cruz?

O suplício da cruz era, naqueles tempos, o mais cruel e ignominioso de todos os suplícios.

Quem foi que condenou Jesus Cristo a ser crucificado?

Quem condenou Jesus Cristo a ser crucificado foi Pôncio Pilatos, governador da Judéia, o qual no entanto reconhecera a sua inocência; mas cedeu covardemente às ameaças dos judeus.

Não poderia livrar-Se Jesus Cristo das mãos dos judeus ou de Pilatos?

Sim, Jesus Cristo podia livrar-Se das mãos dos judeus ou de Pilatos; mas, conhecendo que a vontade do seu Eterno Padre era que Ele padecesse e morresse pela nossa salvação, submeteu-Se voluntariamente, e até saiu ao encontro dos seus inimigos, e deixou-Se espontaneamente prender e conduzir à morte.

Onde foi crucificado Jesus Cristo?

Jesus Cristo foi crucificado sobre o monte Calvário.

Que fez Jesus Cristo na Cruz?

Jesus Cristo na Cruz orou pelos seus inimigos, deu por Mãe ao discípulo São João, e na pessoa dele a nós todos, a sua mesma Mãe, Maria Santíssima; ofereceu a sua morte em sacrifício, e satisfez à justiça de Deus pelos pecados dos homens.

Não bastaria que viesse um Anjo satisfazer por nós?

Não bastava que viesse um Anjo satisfazer por nós, porque a ofensa feita a Deus pelo pecado era, sob certo aspecto, infinita; e para satisfazê-la requeria-se unia pessoa que tivesse merecimento infinito

Para satisfazer à justiça divina era necessário que Jesus Cristo fosse Deus e homem ao mesmo tempo?

Sim, era necessário que Jesus Cristo fosse homem para poder padecer e morrer, e era necessário que fosse Deus, para que os seus sofrimentos fossem de valor infinito.

Por que razão era necessário que os merecimentos de Jesus Cristo fossem de valor infinito?

Era necessário que os merecimentos de Jesus Cristo fossem de valor infinito, porque a majestade de Deus, ofendida pelo pecado, é infinita.

Era necessário que Jesus Cristo padecesse tanto?

Não era absolutamente necessário que Jesus Cristo padecesse tanto, porque o menor dos seus sofrimentos bastaria para a nossa redenção, pois cada um dos seus atos era de valor infinito.

Por que então Jesus quis sofrer tanto?

Jesus quis sofrer tanto, para satisfazer mais abundantemente à justiça divina, para nos mostrar mais claramente o seu amor, e para nos inspirar maior horror ao pecado.

Aconteceram prodígios na morte de Jesus?

Sim, na morte de Jesus obscureceu-se o sol, tremeu a terra, abriram-se algumas sepulturas, e muitos mortos ressuscitaram.

Onde foi sepultado o corpo de Jesus Cristo?

O corpo de Jesus Cristo foi sepultado num túmulo novo, escavado na rocha do monte, pouco distante do lugar onde Ele foi crucificado.

Na morte de Jesus Cristo, separou-se a divindade do corpo e dá alma?

Na morte de Jesus Cristo a divindade não se separou nem do corpo nem da alma; mas só a alma se separou do corpo.

Por quem morreu Jesus Cristo?

Jesus Cristo morreu pela salvação de todos os homens, e satisfez por todos.

Se Jesus Cristo morreu pela salvação de todos, por que nem todos se salvam?

Jesus Cristo morreu por todos, mas nem todos se salvam, porque nem todos O
reconhecem, nem todos seguem a sua lei, nem todos se servem dos meios de
santificação que nos deixou.

Para nos salvarmos não tenha morrido por nós?

Para nos salvarmos não basta que Jesus basta que Jesus Cristo tenha morrido por nós, mas é necessário que sejam aplicados, a cada um de nós, o fruto e os merecimentos da sua Paixão e morte, aplicação que se faz, sobretudo, por meios dos Sacramentos, instituídos para este fim pelo mesmo Jesus Cristo; e como muitos ou não recebem os Sacramentos, ou não os recebem com as condições devidas, eles tornam inútil para si próprios a morte de Jesus Cristo(p.55-59).

(…)

Por que as almas dos justos não foram introduzidas no Paraíso antes da morte de Jesus Cristo?(p.59).

As almas dos justos não foram introduzidas no Paraíso antes da morte de Jesus Cristo, porque pelo pecado de Adão o Paraíso estava fechado; e convinha que Jesus Cristo, cuja morte o reabriu, fosse o primeiro ti entrar nele.

Por que Jesus Cristo quis esperar até ao terceiro dia para ressuscitar?

Jesus Cristo quis demorar até tio terceiro dia para ressuscitar, para mostrar de modo insofismável, que verdadeiramente tinha morrido.

Foi a ressurreição de Jesus Cristo semelhante à dos outros homens ressuscitados?

A ressurreição de Jesus Cristo não foi semelhante à dos outros homens ressuscitados, porque Jesus Cristo ressuscitou por virtude própria, e os outros foram ressuscitados por virtude de Deus.(p.59)

(…)

Que nos ensina o sexto artigo do Credo: subiu ao Céu, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso?(p.60)

O sexto artigo do Credo ensina-nos que Jesus quarenta dias depois da sua ressurreição na presença dos seus discípulos, subiu por Si mesmo tio Céu e que sendo, enquanto Deus, igual ao Pai Eterno na Glória, enquanto homem, foi elevado acima de todos os Anjos e de todos os Santos, e constituído Senhor de todas as coisas.

Por que Jesus Cristo, depois da sua ressurreição, esteve quarenta dias na terra, antes de subir ao Céu?

Jesus Cristo, depois da sua ressurreição, esteve quarenta dias na terra, antes de subir ao Céu, para provar, com várias aparições, que ressuscitara verdadeiramente, e para instruir melhor os Apóstolos e confirmá-los nas verdades da fé.

Por que Jesus Cristo subiu ao Céu?

Jesus Cristo subiu ao Céu:

1) para tomar posse do seu reino, que havia merecido com sua morte;
2) para preparar o nosso lugar na glória, e para ver nosso Mediador e Advogado junto do Pai Eterno;
3) para enviar o Espírito Santo aos seus Apóstolos.

Por que se diz de Jesus Cristo que subiu ao Céu, e de sua Mãe Santíssima se diz que foi levada para o Céu?

Diz-se de Jesus Cristo que subiu, e de sua Mãe Santíssima que foi levada ao Céu, porque Jesus Cristo, sendo Homem-Deus, subiu ao Céu por virtude própria; mas sua Mãe, que era criatura, embora a mais digna de todas, foi levada ao Céu por virtude de Deus.

Explicai as palavras: Está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso.

As palavras está sentado significam ti posse pacífica que Jesus Cristo tem da sua glória, o as palavras à direita de Deus Padre todo-poderoso exprimem que Ele, tem o lugar de honra sobre todas as criaturas.(p.60).

Por que é a Igreja Católica tão perseguida?

A Igreja Católica é tão perseguida, porque assim foi também perseguido o seu Divino Fundador, e porque reprova os vícios, combate as paixões e condena todas as injustiças e todos os erros.(p.71).

(…)

Que nos ensina o nono artigo do Credo com aquelas palavras: na comunhão dos Santos ?(p.77-81)

Com as palavras: na comunhão dos Santos, o nono artigo do Credo ensina nos que na Igreja, pela íntima união que existe entre todos os seus membros, são comuns os bens espirituais, assim internos Como externos, que lhe pertencem.

Quais são na Igreja os bens comuns internos?

Os bens comuns internos na Igreja são: a graça que se recebe nos Sacramentos, a Fé, a Esperança, a Caridade, os merecimentos infinitos de Jesus Cristo, os merecimentos superabundantes da Santíssima Virgem e dos Santos, e o fruto de todas as boas obras que na mesma Igreja se fazem.

Quais são os bens externos comuns na Igreja?

Os bens externos comuns na Igreja são: os sacramentos, o Santo Sacrifício da
Missa, as orações públicas, as funções religiosas, e todas as outras práticas exteriores que unem entre si os fiéis.

Nesta comunhão de bens entram todos os filhos da Igreja?

Na comunhão dos bens internos entram somente os cristãos que estão em graça de Deus; os que estão em pecado mortal não participam de todos estes bens.

Por que não participam de todos estes bens aqueles que estão em pecado mortal?

Porque é a graça de Deus. vida sobrenatural da alma, que une os fiéis a Deus e a Jesus Cristo como seus membros vivos e os torna capazes de fazer obras meritórias para a vida eterna; e porque aqueles que se encontram em estado de pecado mortal, não tendo a graça de Deus, estão excluídos da comunhão perfeita dos bens espirituais e não podem fazer obras meritórias rias para a vida eterna.

Então os cristãos que estão em pecado mortal não tiram proveito nenhum dos bens internos e espirituais da Igreja?

Os cristãos que estão em pecado mortal tiram ainda assim algum proveito dos bens internos e espirituais da Igreja, porquanto conservam o caráter de cristãos, que é indelével, e a virtude da Fé que é a raiz de toda justificação. Por isso são auxiliados pelas orações e boas obras dos fiéis, para obterem a graça da conversão.

Os que estão em pecado mortal podem participar dos bens externos da Igreja?

Os que estão em pecado mortal podem participar dos bens externos da Igreja, contanto que não estejam separados da mesma Igreja pela excomunhão.

Por que os membros desta comunhão, considerados no seu conjunto, se chamam Santos ?

Os membros desta comunhão chamam-se Santos, porque todos são chamados à santidade, e foram santificados por meio do Batismo, e muitos deles atingiram já a santidade perfeita.

A comunhão dos Santos estende-se também ao Céu e ao Purgatório?

Sim, a comunhão dos Santos estende-se também ao Céu e ao Purgatório, porque a caridade une as três igrejas – triunfante, padecente e militante -; e os Santos rogam a Deus por nós e pelas almas do Purgatório, e nós damos honra e glória aos Santos, e podemos aliviar as almas do Purgatório, aplicando, em sufrágio delas, Missas, esmolas, indulgências e outras boas obras.

§ 6o – Daqueles que estão fora da Igreja

Quem são os que não participam da comunhão dos Santos?

Aqueles que não participam da comunhão dos Santos são, na outra vida, os condenados, e nesta vida aqueles que não pertencem nem à alma nem ao corpo da Igreja, quer dizer, aqueles que estão em estado de pecado mortal e se encontram fora da verdadeira Igreja.

Quem são os que se encontram fora da verdadeira Igreja?

Encontram-se fora da verdadeira Igreja os infiéis, os judeus, os hereges, os apóstatas, os cismáticos e os excomungados.

Quem são os infiéis?

Os infiéis são aqueles que não foram batizados e não crêem em Jesus Cristo, seja porque crêem e adoram falsas divindades, como os idólatras; seja porque, embora admitam o único Deus verdadeiro, não crêem em Cristo Messias, nem como vindo na pessoa de Jesus Cristo, nem como havendo de vir ainda: tais são os maometanos e outros semelhantes.

Quem são os judeus?

Os judeus são aqueles que professam a lei de Moisés, não receberam o batismo, nem crêem em Jesus Cristo.

Quem são os hereges?

Os hereges são as pessoas batizadas que recusam com pertinácia crer em alguma verdade revelada por Deus e ensinada conto de fé pela Igreja Católica: por exemplo, os arianos, os nestorianos e as várias seitas dos protestantes.

Quem são os apóstatas?

Os apóstatas são aqueles que abjuram, isto é, renegam, com ato externo, a fé católica, que antes professavam.

Quem são os cismáticos?

Os cismáticos são os cristãos que, não negando explicitamente dogma algum, se separam voluntariamente da Igreja de Jesus Cristo, ou dos legítimos Pastores.

Quem são os excomungados?

Os excomungados são aqueles que por faltas graves são fulminados com excomunhão pelo Papa ou pelo Bispo, e portanto são separados, como indignos, do corpo da Igreja, a qual espera e deseja a sua conversão.

Deve-se temer a excomunhão?

Deve-se temer grandemente a excomunhão, porque é o castigo mais grave e mais terrível que a Igreja pode infligir aos seus filhos rebeldes e obstinados.

De que bens ficam privados os excomungados ?

Os excomungados ficam privados das orações publicas, dos Sacramentos, das
indulgências e excluídos da sepultura eclesiástica.

Podemos nós auxiliar de alguma maneira os ex. comungados ?

Nós podemos auxiliar de alguma maneira os excomungados e todos os outros que estão fora da verdadeira Igreja com advertências salutares, com orações e boas obras, suplicando a Deus que pela sua misericórdia lhes conceda a graça de se converterem à Fé e de entrarem na comunhão dos Santos.

(…)

Que nos ensina o undécimo artigo do Credo: na ressurreição da carne?

O undécimo artigo do Credo ensina-nos que todos os homens hão de ressuscitar, retomando cada alma o corpo que teve nesta vida.(p.82-84).

Como se fará a ressurreição dos mortos?

A ressurreição dos mortos realizar-se-á por virtude de Deus Onipotente, a Quem nada é impossível.

Quando será a ressurreição dos mortos?

A ressurreição de todos os mortos será no fim do inundo, e depois seguir-se-á o Juízo universal.
Por que quer Deus a ressurreição dos corpos?

Deus quer a ressurreição dos corpos para que a nossa alma, tendo feito o bem ou o final unida ao corpo, receba juntamente com ele o prêmio ou o castigo.

Ressuscitarão os homens, todos da mesma maneira?

Não. Haverá enorme diferença entre os corpos dos eleitos e os corpos dos condenados;porque somente os corpos dos eleitos terão, à semelhança de Jesus Cristo ressuscitado, os dotes dos corpos gloriosos.

Quais são estes dotes que adornarão os corpos dos bem-aventurados?

Os dotes que adornarão os corpos gloriosos dos bem-aventurados são:

1°. a impassibilidade, pela qual eles não mais poderão estar sujeitos a males, nem dores de espécie alguma, nem às necessidades de alimento, de repouso e de qualquer outra coisa;
2°. a claridade, pela qual eles resplandecerão como o sol e as estrelas;
3°. a agilidade, pela qual eles poderão passar num momento sem fadiga, de um lugar para outro e da terra ao Céu;
4°. a sutileza, pela qual eles poderão, sem obstáculo, passar através de qualquer corpo, como fez Jesus Cristo ressuscitado.

Como serão os corpos dos condenados?

Os corpos dos condenados serão destituídos dos dotes dos corpos gloriosos dos bem-aventurados, e trarão o horrível estigma da reprovação eterna.(p.82-84).

Que quer dizer a palavra Amém no fim do Credo?

A palavra Amém no fim das orações significa: assim seja; no fim do Credo significa: assim é, que quer dizer: creio que é absolutamente verdadeiro tudo o que nestes doze artigos se contém, e estou mais certo disso do que se o visse com os meus olhos.(p.85).

(…)

Que pedimos na sexta petição: e não nos deixeis cair em tentação?(p.98)

Na sexta petição: e não nos deixeis cair em tentação, pedimos a Deus que nos livre das tentações, ou não permitindo que sejamos tentados, ou dando-nos graças para não sermos vencidos.

Que são as tentações?

As tentações são um incitamento ao pecado que nos vem do demônio, ou das pessoas más ou das nossas paixões.

É pecado ter tentações?

Não é pecado ter tentações, mas é pecado consentir nelas, ou expor-se voluntariamente ao perigo de consentir.

Por que permite Deus que sejamos tentados?

Deus permite que sejamos tentados, para provar a nossa fidelidade, para fortalecer as nossas virtudes e para aumentar os nossos merecimentos.

Que devemos fazer para evitar as tentações?

Para evitar as tentações devemos fugir das ocasiões perigosas, guardar os sentidos, receber com freqüência a os santos sacramentos, fazer uso da oração, especialmente da devoção a Maria Santíssima, Senhora Nossa.

Para que nos servem as tribulações que Deus nos manda?

As tribulações que Deus nos envia nos são úteis para fazermos penitência das nossas culpas, para provar nossas virtudes, e sobretudo para levar-nos à imitação de Jesus Cristo, nossa cabeça, ao qual é justo que nos conformemos nos sofrimentos, se quisermos ter parte na sua glória (p.99).

(…)

Que oração costumamos rezar depois do Padre-Nosso?(p.100-102).

Depois do Padre-Nosso rezamos a saudação angélica, isto é, a Ave-Maria, por meio da qual recorremos à Santíssima Virgem.

Por que é a Ave-Maria chamada saudação angélica?

Chama-se a Ave-Maria saudação angélica, porque principia com a saudação que dirigiu à Virgem Maria o Arcanjo São Gabriel.

De quem são as palavras da Ave-Maria?

As palavras da Ave-Maria são, em parte do Arcanjo São Gabriel, em parte de Santa Isabel e em parte da Igreja.

Quais são as palavras do Arcanjo São Gabriel?

As palavras do Arcanjo São Gabriel são: Ave, cheia de graça; o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres .
Quando disse o Anjo a Maria estas palavras?

O Anjo disse a Maria estas palavras quando Lhe foi anunciar da parte de Deus o mistério da Encarnação, que nEla devia operar-se.

Que temos em vista ao saudarmos a Santíssima Virgem com as mesmas palavras do Arcanjo?

Ao saudarmos a Santíssima Virgem com as mesmas palavras do Arcanjo, nós nos congratulamos com Ela, lembrando os dons e singulares privilégios com que Deus a favoreceu de preferência a todas as outras criaturas.

Quais são as palavras de Santa Isabel?

As palavras de Santa Isabel são: Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre .

Quando disse Santa Isabel estas palavras?

Santa Isabel disse estas palavras, inspirada por Deus, quando, três meses antes de nascer seu filho João Batista, foi visitada pela Santíssima Virgem, que já trazia no seio o seu Divino Filho Jesus.

Que fazemos ao dizer estas palavras?

Ao dizer estas palavras de Santa Isabel, congratulamo-nos com Maria Santíssima pela sua excelsa dignidade de Mãe de Deus, bendizemos a Deus e damos-Lhe graças por nos ter dado Jesus Cristo por meio de Maria.

De quem são as demais palavras da Ave-Maria?

Todas as demais palavras da Ave-Maria foram acrescentadas pela Igreja.

Que pedimos com as últimas palavras da Ave-Maria?

Com as últimas palavras da Ave-Maria pedimos o proteção da Santíssima Virgem no decurso desta vida e especialmente na hora da nossa morte, no qual nos será mais necessária.

Por que depois do Padre-Nosso, dizemos antes a Ave-Maria do que outra qualquer oração?

Porque a Santíssima Virgem é a Advogada mais poderosa junto de Jesus Cristo: por isso, depois de termos rezado a oração que Jesus Cristo nos ensinou, pedimos à Santíssima Virgem que nos alcance as graças que imploramos.

Por que motivo é tão poderosa a Santíssima Virgem?

A Santíssima Virgem é tão poderosa, porque é Mãe de Deus, e é impossível que não seja atendida por Ele.

Que nos ensinam os Santos a respeito da devoção à Virgem Maria?

A respeito da devoção a Maria, os Santos nos ensinam que os seus verdadeiros devotos são por Ela amados e protegidos com amor de Mãe muito terna, e por meio dEla têm a certeza de encontrar a Jesus Cristo, e de alcançar o Paraíso.

Qual é a devoção à Virgem Maria, que a Igreja nos recomenda de modo especial?

A devoção que a Igreja nos recomenda de modo especial em honra da Santíssima Virgem é a reza do santo Rosário(p.100-102).

(…)

É coisa boa e útil recorrer à intercessão dos Santos?(p.102-103)

É coisa utilíssima invocar os Santos, e todo o Cristão o deve fazer. Devemos invocar particularmente nossos Anjos da Guarda, São José, protetor da Igreja, os Santos Apóstolos, o Santo do nosso nome e os Santos protetores da diocese e da paróquia.

Que diferença há entre as orações que fazemos a Deus e as que fazemos aos
Santos?

Entre as orações que fazemos a Deus e as que fazemos aos Santos, há esta diferença:que a Deus, invocamo-Lo a fim de que, como autor das graças, nos dê os bens e nos livre dos males, e aos Santos, invocamo-los para que, como advogados junto de Deus, intercedam por nós.

Que queremos dizer, quando dizemos que um Santo concedeu uma graça?

Quando dizemos que um Santo concedeu uma graça, queremos dizer que esse Santo obteve de Deus aquela graça.(p.102-103).

(…)

§ 1o – Do primeiro Mandamento da Lei de Deus

Por que disse o Senhor antes de ditar os Mandamentos: Eu sou o Senhor teu Deus?(p.106-110)

Antes de promulgar os seus Mandamentos, Deus disse: Eu sou o Senhor teu Deus, para que saibamos que Deus, sendo o nosso Criador e Senhor, pode mandar o que quiser, e nós, criaturas suas, somos obrigados a obedecer-Lhe.
Que nos ordena Deus com as palavras do primeiro Mandamento: amar a Deus
sobre todas as coisas?
Com as palavras do primeiro Mandamento: amar a Deus sobre todas as coisas, Deus nos ordena que o reconheçamos, adoremos, amemos e sirvamos a Ele só, como nosso Soberano Senhor.

Como se cumpre o primeiro Mandamento?

Cumpre-se o primeiro Mandamento com o exercício do culto interno e externo.

Que é o culto interno?

O culto interno é a honra que se presta a Deus só com as faculdades da alma isto é, com a inteligência e com a vontade.

Que é o culto externo?

O culto externo é a homenagem que se presta a Deus por meio de atos exteriores e de objetos sensíveis.

Não basta adorar a Deus interiormente, só com o coração?

Não basta adorar a Deus interiormente, só com o coração, mas é necessário adorá-Lo também exteriormente, com a alma e com o corpo juntamente, porque Ele é Criador e Senhor absoluto de uma e de outro.

Poderá haver culto externo sem o interno?

Não pode de forma alguma haver culto externo sem o interno, porque aquele,
desacompanhado deste, fica privado de vida, de merecimento e de eficácia, como corpo sem alma.

Que nos proíbe o primeiro Mandamento?

O primeiro Mandamento proíbe-nos a idolatria, a superstição, o sacrilégio, a heresia, e todo e qualquer outro pecado contra a religião.
Que é a idolatria?

Chama-se idolatria o prestar a alguma criatura, por exemplo a uma estátua, a uma imagem, a um homem, o culto supremo de adoração, devido só a Deus.

Como está expressa na Sagrada Escritura esta proibição?

Na Sagrada Escritura está expressa esta proibição com as palavras: Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima, no céu, e do que há embaixo, na terra. E não adorarás tais coisas, nem lhes darás culto.

Proíbem estas palavras toda a espécie de imagens?

Não, por certo. Mas só as das falsas divindades, feitas com intuito de adoração, como faziam os idólatras. E tanto isto é verdade, que o próprio Deus deu ordem a Moisés para fazer algumas, como as duas estátuas de querubins que estavam sobre a arca, e a serpente de bronze no deserto.

Que é a superstição?

Chama-se superstição toda e qualquer devoção contrária à doutrina e ao uso da Igreja, bem como o atribuir a urna ação ou alguma coisa uma virtude sobrenatural que ela não tem.

Que é o sacrilégio?

O sacrilégio é a profanação de um lugar, de uma pessoa ou de uma coisa consagrada a Deus ou destinada ao seu culto.

Que é a heresia?

A heresia é um erro culpável de inteligência, pelo qual se nega com pertinácia alguma verdade de fé.

Que mais coisas proíbe o primeiro Mandamento?

O primeiro Mandamento proíbe também todo o comércio ou trato com o demônio, e o filiar-se às seitas anticristãs.

Quem recorresse ao demônio e o invocasse, cometeria pecado grave?

Quem recorresse ao demônio e o invocasse, cometeria um pecado enorme, porque o demônio é o mais perverso inimigo de Deus e do homem.

É lícito interrogar as mesas chamadas falantes ou escreventes, ou consultar de algum modo as almas dos mortos, por meio de espiritismo?

Todas as práticas do espiritismo são proibidas, porque são supersticiosas, e muitas vezes não estão isentas de intervenção diabólica, e por isso foram justamente interditas pela Igreja.

O primeiro Mandamento proíbe acaso honrar e invocar os Anjos e os Santos?

Não. Não é proibido honrar e invocar os Anjos e os Santos, e até o devemos fazer, porque é coisa boa e útil, e altamente recomendada pela Igreja, já que eles são amigos de Deus e nossos intercessores junto dEle.

Sendo Jesus Cristo o nosso único mediador junto de Deus, por que recorremos também à intercessão da Santíssima Virgem e dos Santos?

Jesus Cristo é o nosso mediador junto de Deus, enquanto, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, só Ele, em virtude dos próprios merecimentos, nos reconciliou com Deus e dEle nos obtém todas as graças. Mas, a Santíssima Virgem e os Santos, em virtude dos merecimentos de Jesus Cristo, e pela caridade que os une a Deus e a nós, auxiliam-nos com a sua intercessão a alcançar as graças que pedimos. E este é um dos grandes bens da comunhão dos Santos.

Podemos honrar também as sagradas imagens de Jesus Cristo e dos Santos?

Sim, porque a honra que se tributa às sagradas imagens de Jesus Cristo e dos Santos, refere-se às suas mesmas pessoas.

E as relíquias dos Santos, podem honrar-se?

Sim, também as relíquias dos Santos podem e devem honrar-se porque os seus corpos foram membros vivos de Jesus Cristo e templos do Espírito Santo, e devem ressurgir gloriosos para a vida eterna.

Que diferença há entre o culto que prestamos a Deus, e o culto que prestamos aos Santos?

Entre o culto que prestamos a Deus e o culto que prestamos aos Santos há esta diferença: que a Deus adoramo-Lo pela sua infinita excelência, ao passo que aos Santos não os adoramos, mas só os honramos e veneramos como amigos de Deus e nossos intercessores junto dEle. O culto que prestamos a Deus chama-se latria, isto é, de adoração, e o culto que prestamos aos Santos chama-se dulia, isto é, de veneração aos servos de Deus; enfim o culto especial que prestamos a Maria Santíssima chama-se hiperdulia, isto é, de essencialíssima veneração, como Mãe de Deus.(p.106-110).

(…)

Que é a blasfêmia?(p.111)

A blasfêmia é um pecado horrível que consiste em palavras ou atos de desprezo ou maldição contra Deus, contra a Virgem, contra os Santos, ou contra as coisas santas.
Há diferença entre a blasfêmia e a imprecação ou praga?

Há diferença, porque com a blasfêmia se amaldiçoa ou se deseja mal a Deus, a Nossa Senhora, aos Santos; ao passo que, com a imprecação ou praga, se amaldiçoa ou se deseja mal a si mesmo ou ao próximo.

(…)

Em que consiste o jejum eucarístico?

O jejum eucarístico consiste em abster-se de qualquer espécie de comida ou bebida, exceto a água natural, que, na atual disciplina eucarística, não quebra o jejum.(p.159).

Quem não está em jejum, pode comungar alguma vez?

Comungar sem estar em jejum é permitido aos doentes que estão em perigo de morte, e aos que sofrem com enfermidades prolongadas. A comunhão feita pelos doentes em perigo de morte chama-se Viático, porque os sustenta na viagem que eles fazem desta vida à eternidade.(p.160).

Em que consiste a preparação antes da Comunhão?

A preparação antes da Comunhão consiste em nos entretermos algum tempo a
considerar quem é Aquele que vamos receber e quem somos nós; e em fazer atos de fé, de esperança, de caridade, de contrição, de adoração, de humildade e de desejo de receber a Jesus Cristo.

Em que consiste a ação de graças depois da Comunhão?

A ação de graças depois da Comunhão consiste em nos conservarmos recolhidos a honrar a presença do Senhor dentro de nós mesmos, renovando os atos de fé, de esperança, de caridade, de adoração, de agradecimento, de oferecimento e de súplica, pedindo sobretudo aquelas graças que são mais necessárias para nós e para aqueles por quem somos obrigados a orar. Sobretudo licença especial em razão de moléstia.

Que se deve fazer no dia da Comunhão?

No dia da Comunhão deve-se manter, o mais possível, o recolhimento, ocupar-se em obras de piedade, bem como cumprir com grande esmero os deveres de estado.

Depois da sagrada Comunhão, quanto tempo permanece Jesus Cristo em nós?

Depois da sagrada Comunhão, Jesus Cristo permanece em nós com a sua graça enquanto se não peca mortalmente; e com a sua presença real permanece em nós enquanto se não consomem as espécies sacramentais.(p.160-161)

(…)

Que é a indulgência?(p.191-193).

A indulgência é a remissão da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, remissão que a Igreja concede fora do Sacramento da Penitência.

De quem recebeu a Igreja o poder de conceder indulgências?

Foi de Jesus Cristo que a Igreja recebeu o poder de conceder indulgências.

De que maneira nos perdoa a Igreja a pena temporal por meio das indulgências?

A Igreja perdoa a pena temporal por meio das indulgências, aplicando-nos as satisfações superabundantes de Jesus Cristo, da Santíssima Virgem e dos Santos, as quais formam o que se chama o tesouro da Igreja.

Quem tem o poder de conceder indulgências?

O poder de conceder indulgências pertence ao Papa em toda a Igreja, e ao Bispo, na sua diocese, na medida em que lhe é concedido pelo Papa.

Quantas espécies há de indulgências?

Há duas espécies de indulgências: a indulgência plenária e a indulgência parcial.

Que é a indulgência plenária?

A indulgência plenária é a que perdoa toda a pena temporal devida pelos nossos pecados. Por isso, se alguém morresse depois de ter recebido esta indulgência, iria logo para o céu, inteiramente isento das penas do Purgatório.

Que é a indulgência parcial?

A indulgência parcial é a que perdoa só uma parte da pena temporal, devida pelos nossos pecados.

Qual é a intenção da Igreja ao conceder as indulgências?

A intenção da Igreja ao conceder as indulgências é auxiliar a nossa incapacidade de expiar neste mundo toda a pena temporal, fazendo-nos conseguir por meio de obras de piedade e de caridade cristã aquilo que nos primeiros séculos Ela obtinha com o rigor dos cânones penitenciais.

Em que apreço devemos ter as indulgências?

Devemos ter as indulgências em muito grande apreço, porque com elas se satisfaz a justiça de Deus e mais depressa e mais facilmente se alcança a posse do céu.

Quais são as condições requeridas para se ganharem as indulgências?

As condições para se ganharem as indulgências são:

1º o estado de graça, pelo menos ao cumprir a última obra, e o desapego mesmo das culpas veniais cuja a pena se quer apagar;

2º o cumprimento das obras que a Igreja prescreve para se ganhar a indulgência;

3º a intenção de ganhá-las.

Podem as indulgências aplicar-se também às almas do Purgatório?

Sim, as indulgências podem aplicar-se também às almas do Purgatório quando quem as concede declara que se lhes podem aplicar.

Que é o Jubileu?

O Jubileu, que ordinariamente se concede todos os vinte e cinco anos, é uma
indulgência plenária, à qual estão anexos muitos privilégios e concessões particulares, como o poder de obter-se a absolvição de alguns pecados reservados e de censuras, e a comutação de alguns votos.

(…)

Será pecado desprezar os Sacerdotes?(p.196)

É pecado gravíssimo, porque o desprezo e as injúrias que se dirigem contra os
Sacerdotes recaem sobre o próprio Jesus Cristo, que disse aos seus Apóstolos: Quem a vós despreza, a Mim despreza.

§ 2º – Da Fé

Que é a Fé?

A Fé e uma virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela qual nós, apoiados na autoridade do mesmo Deus, acreditamos que é verdade tudo o que Ele revelou e por meio da Santa Igreja nos propõe para crer.(p.207)

Como conhecemos as verdades reveladas por Deus?

Conhecemos as verdades reveladas por Deus, por meio da Santa Igreja que é infalível, isto é, por meio do Papa, sucessor de São Pedro, e por meio dos Bispos que, em união com o Papa, são sucessores dos Apóstolos, os quais foram instruídos pelo próprio Jesus Cristo.

Temos nós a certeza de que são verdadeiras as doutrinas que a Santa Igreja nos ensina?

Sim, temos a certeza absoluta de que são verdadeiras as doutrinas que a Santa Igreja nos ensina, porque Jesus Cristo empenhou a sua palavra, que a Igreja nunca se enganaria.

Com que pecado se perde a Fé?

A Fé perde-se negando ou duvidando voluntariamente, ainda que seja de um só artigo que nos é proposto para crer.

Como recuperamos a Fé?

Recuperamos a Fé perdida, arrependendo-nos do pecado cometido e crendo de novo tudo o que crê a Santa Igreja(p.207).
Por que proíbe a Igreja as Bíblias protestantes?

A Igreja proíbe as Bíblias protestantes, porque ou estão alteradas e contêm erros, ou então, faltando-lhes a sua aprovação e as notas explicativas das passagens obscuras, podem causar dano à Fé. Por isso a Igreja proíbe também as traduções da Sagrada Escritura já aprovadas por Ela, mas reimpressas sem as explicações que a mesma Igreja aprovou.(p.210-211).

§ 6º – Da Esperança

Que é a Esperança?(p.211-215)

A Esperança é uma virtude sobrenatural, infundida por Deus na nossa alma, pela qual desejamos e esperamos a vida eterna que Deus prometeu aos seus servos, e os auxílios necessários para alcançá-la.

Por que motivo devemos esperar de Deus o Paraíso e os auxílios necessários para alcançá-lo?

Devemos esperar de Deus o Paraíso e os auxílios necessários para alcançá-lo, porque Deus misericordiosíssimo, pelos merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, o prometeu a quem o serve de todo o coração; e, sendo fidelíssimo e onipotente, cumpre sempre a sua promessa.

Quais são as condições necessárias para alcançar o Paraíso?

As condições necessárias para alcançar o Paraíso são: a graça de Deus, a prática das boas obras e a perseverança no seu santo amor até à morte.

Como se perde a Esperança?

Perde-se a Esperança todas as vezes que se perde a Fé; perde-se também pelo pecado de desespero ou de presunção.

Como recuperamos a Esperança?

Recuperamos a Esperança perdida, arrependendo-nos do pecado cometido, e excitando-nos de novo à confiança na bondade divina.

§ 7° – Da Caridade

Que é a Caridade?

A Caridade é uma virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela qual amamos a Deus por Si mesmo sobre todas as coisas, e amamos o próximo como a nós mesmos, por amor de Deus.

Por que motivos devemos amar a Deus?

Devemos amar a Deus, porque Ele é o sumo Bem, infinitamente bom e perfeito, e além disso por que Ele o manda, e pelos inumeráveis benefícios que dEle recebemos.

Como se deve amar a Deus?

Devemos amar a Deus sobre todas as coisas, com todo o nosso coração, com toda a nossa mente, com toda a nossa alma, e com todas as nossas forças.

Que quer dizer: amar a Deus sobre todas as coisas?

Amar a Deus sobre todas as coisas quer dizer: preferi-Lo a todas as criaturas mais caras e mais perfeitas, e estar disposto a perder tudo antes que ofendê-Lo ou deixar de amá-Lo.

Que quer dizer: amar a Deus com todo o nosso coração?

Amar a Deus com todo o nosso coração quer dizer: consagrar-Lhe todos os nossos afetos.

Que quer dizer: amar a Deus com toda a nossa mente?

Amar a Deus com toda a nossa mente quer dizer: dirigir para Ele todos os nossos pensamentos.

Que quer dizer: amar a Deus com toda a nossa alma?

Amar a Deus com toda a nossa alma quer dizer: consagrar-Lhe o uso de todas as potências da nossa alma.

Que quer dizer: amar a Deus com todas as nossas forças?

Amar a Deus com todas as nossas forças quer dizer: esforçar-se por crescer cada vez mais no amor dEle, e proceder de maneira que todas as nossas ações tenham por motivo e por fim o seu amor e o desejo de Lhe agradar.

Por que devemos amar o próximo?

Devemos amar o próximo por amor de Deus porque Ele o manda, e porque todo o homem é imagem de Deus.

Somos obrigados a amar também os inimigos?

Sim, somos obrigados a amar também os inimigos, porque também eles são nossos próximos, e porque Jesus Cristo o mandou expressamente.

Que quer dizer: amar o próximo como a nos mesmos?

Amar o próximo como a nós mesmos quer dizer: desejar-lhe e fazer-lhe, tanto quanto pudermos, todo o bem que devemos desejar para nós mesmos, e não lhe desejar nem fazer mal algum.

Quando amamos a nós mesmos retamente?

Amamos retamente a nós mesmos quando procuramos servir a Deus e pôr nEle toda a nossa felicidade.

Como se perde a Caridade?

Perde-se a Caridade com qualquer pecado mortal.

Como recuperamos a Caridade?

Recuperamos a Caridade, fazendo atos de amor de Deus, arrependendo-nos e
confessando-nos bem.

§ 8º – Das virtudes cardeais

Quais são as virtudes cardeais?

As virtudes cardeais são: a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança.

Por que se chamam virtudes cardeais a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança?

Chamam-se virtudes cardeais a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança, porque são a base e o fundamento das virtudes morais.

(*) O nome de cardeais vêm-lhes da palavra latina cardo, que significa a dobradiça, os gonzos da porta, e mostra como todas as virtudes giram em torno destas (N. do T.)

Que é a Prudência?

A Prudência é a virtude que dirige toda ação ao devido fim, e por isso procura os meios convenientes para que a ação seja em tudo bem feita, e portanto aceita ao Senhor.

Que é a Justiça?

A Justiça é a virtude pela qual damos a cada um o que lhe pertence.

Que é a Fortaleza?

A Fortaleza é a virtude que nos dá coragem parti não temer perigo algum, nem a própria morte, no serviço de Deus.

Que é a Temperança?

A Temperança é a virtude pela qual refreamos os desejos desordenados de prazeres sensuais, e usamos com moderação dos bens temporais.

CAPÍTULO II
Dos dons do Espírito Santo

Quantos e quais são os dons do Espírito Santo?

Os dons do Espírito Santo são sete:

1º Sabedoria;
2º Entendimento;
3º Conselho;
4º Fortaleza:
5º Ciência;
6º Piedade;
7º Temor de Deus.

Para que servem os dons do Espírito Santo?

Os dons do Espírito Santo servem para nos confirmar na Fé, na Esperança e na Caridade, e para nos tornar solícitos para os atos das virtudes necessárias para conseguir a perfeição da vida cristã.

Que é a Sabedoria?

A Sabedoria é um dom pelo qual nós, elevando o espírito acima das coisas terrenas e frágeis, contemplamos as eternas, isto é, a Verdade, que é Deus, no qual pomos nossa complacência, amando-O como nosso Sumo bem.

Que é o Entendimento?

O Entendimento é um dom pelo qual nos é facilitada, quanto é possível a um homem mortal, a inteligência das verdades da Fé e dos divinos mistérios, os quais não podemos conhecer com as luzes naturais da nossa razão.

Que é o Conselho?

O Conselho é um dom pelo qual, nas dúvidas e incertezas da vida humana, conhecemos o que mais convém à glória de Deus, à nossa salvação e à do próximo.

Que é a Fortaleza?

A Fortaleza é um dom que nos incute energia e coragem para observar fielmente a santa Lei de Deus e da Igreja, vencendo todos os obstáculos, e os assaltos dos nossos inimigos.
Que é a Ciência?

A Ciência é um dom pelo qual julgamos retamente das coisas criadas, e conhecemos o modo de bem usar delas e de as dirigir ao último fim, que é Deus.

Que é a Piedade?

Á Piedade é um dom pelo qual veneramos e amamos a Deus e aos Santos, e
conservamos ânimo bondoso e benévolo para com o próximo, por amor de Deus.

Que é o Temor de Deus?

O Temor de Deus é um dom que nos faz reverenciar a Deus, e ter receio de ofender a sua Divina Majestade, e que nos afasta do mal, incitando-nos ao bem. (p.211-215)

(…)

Por que Jesus Cristo nos propôs as Bem-aventuranças?(p.218-224).

Jesus Cristo propôs-nos as Bem-aventuranças para os fazer detestar as máximas do mundo, e para nos convidar a amar e praticar as máximas do seu Evangelho.

Quem são aqueles que o mundo chama bem-aventurados?

O mundo chama bem-aventurados aqueles que desfrutam abundância de riquezas e de honras, que vivem em delícias e que não têm nada que os faça sofrer.

Quem são os pobres de espírito, que Jesus Cristo chama bem-aventurados?

Os pobres de espírito, segundo o Evangelho, são aqueles que têm o coração desapegado das riquezas; fazem bom uso delas, se as possuem; não as procuram com solicitude, se não as têm; e sofrem com resignação a perda delas se lhes são tiradas.

Quem são os mansos?

Os mansos são aqueles que tratam o próximo com brandura, e lhe sofrem com paciência os defeitos e as ofensas que dele recebem, sem alteração, ressentimentos ou vingança.

Quem são os que choram, e todavia são chamados bem-aventurados?

Os que choram, e todavia são chamados bem-aventurados, são aqueles que sofrem com resignação as tribulações, e que se afligem pelos pecados cometidos, pelos males e pelos escândalos que se vêem no mundo, pela ausência do céu, e pelo perigo de o perder.

Quem são os que têm fome e sede de justiça?

Os que têm fome e sede de justiça são aqueles, que desejam ardentemente crescer cada vez mais na graça de Deus e na prática das obras boas e virtuosas.

Quem são os que usam de misericórdia?

Os que usam de misericórdia são aqueles que amam, em Deus e por amor de Deus, o seu próximo, se compadecem das suas misérias, assim corporais como espirituais, e procuram socorrê-lo conforme as suas forças e o seu estado.

Quem são os puros de coração?

Os puros de coração são aqueles que não têm nenhum afeto ao pecado, sempre se afastam dele, e evitam sobretudo toda a espécie de impureza.

Quem são os pacíficos?

Os pacíficos são aqueles que vivem ein paz com o próximo e consigo mesmos, e procuram estabelecer a paz entre aqueles que estão em discórdia.

Quem são os que sofrem perseguição por amor da justiça?

Os que sofrem perseguição por amor da justiça são aqueles que suportam com paciência os escárnios, as censuras, as perseguições por causa da Fé e da Lei de Jesus Cristo.

Que significam os diversos prêmios prometidos por Jesus Cristo nas Bemaventuranças?

Os diversos prêmios prometidos por Jesus Cristo nas Bem-aventuranças significam todos, sob diversos nomes, a glória eterna do Céu.

Alcançam-nos as Bem-aventuranças só a glória eterna do Paraíso?

As Bem-aventuranças não nos alcançam só a glória eterna do Paraíso; são também meios de tornar nossa vida feliz, tanto quanto é possivel, neste mundo.

Recebem já alguma recompensa nesta vida os que seguem as Bem-aventuranças?

Sim, certamente, os que seguem as Bem-aventuranças recebem já alguma recompensa nesta vida, porque já gozam de uma paz e de um contentamento íntimos que são princípio, embora imperfeito, da felicidade eterna.

Poderão dizer-se felizes os que seguem as máximas do mundo?

Não. Os que seguem as máximas do mundo não são felizes, porque não têm a
verdadeira paz da alma e estão em risco de se condenar.

CAPÍTULO IV
Das obras de misericórdia

Quais são as boas obras de que se nos pedirá conta particular no dia do Juízo?

As boas obras de que se tios pedirá conta particular no dia do Juízo são as obras de misericórdia.

Que se entende por obra de misericórdia?

Obra de misericórdia é aquela com que se socorre o nosso próximo nas suas
necessidades corporais ou espirituais.

Quantas são as obras de misericórdia?

As obras de misericórdia são catorze: sete corporais e sete espirituais, conforme são corporais ou espirituais as necessidades que se socorrem,

Quais são as obras de misericórdia corporais?

As obras de misericórdia corporais são:
1ª Dar de comer a quem tem fome;
2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.
Quais são as obras de misericórdia espirituais?

As obras de misericórdia espirituais são:
1ª Dar bom conselho;
2º Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.

CAPÍTULO V
Dos pecados e das suas espécies principais

Quantas espécies há de pecado?

Há duas espécies de pecado: o pecado original e o pecado atual.

Que é o pecado original?

O pecado original é aquele com o qual todos nascemos, exceto a Santíssima Virgem Maria, e que contraímos pela desobediência do nosso primeiro pai Adão.

Que males nos causa o pecado de Adão?

Os males causados pelo pecado de Adão são: a privação da graça, a perda do Paraíso, a ignorância, a inclinação para o mal, a morte e todas as demais misérias.

Como se apaga o pecado original?

O pecado original apaga-se com o santo Batismo.

Que é o pecado atual?

O pecado atual é aquele que o homem, chegado ao uso da razão, comete por sua livre vontade.

Quantas espécies há de pecado atual?

Há duas espécies de pecado atual: o mortal e o venial.

Que é o pecado mortal?

O pecado mortal é uma transgressão da lei divina, pela qual se falta gravemente aos deveres para com Deus, para com o próximo, ou para com nós mesmos.

Por que se chama mortal?

Chama-se mortal porque dá a morte à alma, fazendo-a perder a graça santificante, que é a vida da alma como a alma é a vida do corpo.

Que males causa à alma o pecado mortal?

O pecado mortal:
1º priva a alma da graça e da amizade de Deus;
2º fá-la perder o Céu;
3º priva-a dos merecimentos adquiridos e torna-a incapaz de adquirir novos;
4º torna a alma escrava do demônio;
5º fá-la merecer o Inferno e também os castigos desta vida.

Além da gravidade da matéria, que mais se requer para haver um pecado mortal?

Além da gravidade da matéria, para haver um pecado mortal requer-se a plena
advertência desta gravidade, e a vontade deliberada de cometer o pecado.

Que é o pecado venial?

O pecado venial é uma leve transgressão da lei divina, pela qual se falta levemente a algum dever para com Deus, para com o próximo, ou para com nós mesmos.

Por que se chama venial?

Porque é leve em comparação com o pecado mortal; porque não nos faz perder a graça divina; e porque Deus facilmente o perdoa.

Então não se deve fazer grande caso do pecado venial?

Isto seria um erro enorme, porque o pecado venial contém sempre uma ofensa a Deus, e causa prejuízos não pequenos à alma.

Que prejuízos causa o pecado venial?

O pecado venial:
1º enfraquece e esfria em nós a caridade;
2º dispõe-nos para o pecado mortal;
3º faz-nos merecedores de grandes penas temporais, neste mundo ou no outro.

CAPÍTULO VI
Dos pecados ou vícios capitais e de outros pecados mais graves

Que é o vício?

O vício é uma disposição má da alma que leva-a a fugir do bem e a fazer o mal, causada pela freqüente repetição dos atos maus.

Que diferença há entre pecado e vício?

Entre pecado e vício há esta diferença: que o pecado é um ato que passa, enquanto o vício é o mau hábito contraído de cair em algum pecado.

Quais são os vícios que se chamam capitais?

Os vícios que se chamam capitais são sete:
1º soberba;
2º avareza;
3º luxúria;
4º ira;
5º gula;
6º inveja;
7º preguiça.

Como se vencem os vícios ou pecados capitais?

Os vícios ou pecados capitais vencem-se com a prática das virtudes opostas. Assim, a soberba vence-se com a humildade; a avareza, com a liberalidade; a luxúria, com a castidade; a ira, com a paciência; a gula, com a temperança; a inveja, com a caridade; a preguiça, com a diligência e fervor no serviço de Deus.

Por que se chamam capitais estes vícios?

Chamam-se capitais estes vícios, porque são a fonte e a causa de muitos outros vícios e pecados.

Quantos são os pecados contra o Espírito Santo?

Os pecados contra o Espírito Santo são seis:
1º desesperar da salvação;
2º Presunção de se salvar sem merecimentos;
3º combater a verdade conhecida;
4º ter inveja das graças que Deus dá a outrem;
5º obstinar-se no pecado;
6º morrer na impenitência final.

Por que se chamam estes pecados particularmente pecados contra o Espírito Santo?

Chamam-se estes pecados particularmente pecados contra o Espírito Santo, porque se cometem por pura malícia, o que é contrário à bondade que se atribui ao Espírito Santo.

Quais são os pecados que bradam ao Céu e pedem vingança a Deus?

Os pecados que bradam ao Céu e pedem vingança a Deus são quatro:
1º homicídio voluntário;
2º pecado impuro contra a natureza;
3º opressão dos pobres, principalmente órfãos e viúvas;
4º não pagar o salário a quem trabalha.

Por que se diz que estes pecados pedem vingança a Deus?

Diz-se que estes pecados pedem vingança a Deus, porque o diz o Espírito Santo, e porque a sua malícia é tão grave e manifesta, que provoca o mesmo Deus a puni-los com os mais severos castigos. (p.218-224).

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