Biografia dos Santos

Os Santos e a Igreja Católica

a) A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e a oração das Nove sexta-feiras;

Santa Margarida Maria Alacoque: Ela teve três visões  nas quais Ele instruía a ela a devoção que passou a ser conhecida como as “Nove Sextas Feiras”, a “Hora Santa” e na última revelação o Senhor pediu uma festa do Sagrado Coração de Jesus a ser instituída na “sexta feira após a oitava de Corpus Cristi”.

Jesus disse à Margarida Maria Alacoque: “Por isso peço-te que seja constituída uma festa especial para honrar meu Coração na primeira sexta-feira depois da oitava do Corpo de Deus. Comungue-se, neste dia, e seja feita a devida reparação por meio de um ato de desagravo, para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo que esteve exposto sobre os altares. E eu te prometo que meu Coração se dilatará, para derramar com abundância os benefícios de seu divino amor sobre os que lhe tributarem esta honra e procurarem outros que a tributem.”(p.68).(Margarida Maria Alacoque – Autobiografia. Ed. Loyola).

b)Hora Santa

Jesus disse à Margarida Maria Alacoque: “E para me acompanhares na humilde oração que eu então apresentei a meu Pai, no meio de todas as minhas angústias, levantar-te-ás entre onze horas e meia noite, para comigo te prostrares com o rosto em terra, durante uma hora, para aplacar a ira divina, pedindo misericórdia pelos pecadores, como para abrandar de alguma maneira a amargura que eu senti como o desamparo em que me deixaram os apóstolos, o qual me obrigou a lançar-lhes em rosto não terem podido velar uma hora comigo.”(p.45).(Margarida Maria Alacoque – Autobiografia. Ed. Loyola).

CARTA ENCÍCLICA
ECCLESIA DE EUCHARISTIA

“4. A hora da nossa redenção. Embora profundamente turvado, Jesus não foge ao ver chegar a sua « hora »: « E que direi Eu? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que cheguei a esta hora! » (Jo 12, 27). Quer que os discípulos Lhe façam companhia, mas deve experimentar a solidão e o abandono: « Nem sequer pudestes vigiar uma hora Comigo. Vigiai e orai para não cairdes em tentação » (Mt 26, 40-41). Aos pés da cruz, estará apenas João ao lado de Maria e das piedosas mulheres. A agonia no Getsémani foi o prelúdio da agonia na cruz de Sexta-feira Santa. A hora santa, a hora da redenção do mundo. Quando se celebra a Eucaristia na basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, volta-se de modo quase palpável à « hora » de Jesus, a hora da cruz e da glorificação. Até àquele lugar e àquela hora se deixa transportar em espírito cada presbítero ao celebrar a Santa Missa, juntamente com a comunidade cristã que nela participa.”

Fonte:http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_20030417_eccl-de-euch_po.html

c)Divina Misericórdia – Terço da Misericórdia

Jesus disse à Santa Faustina: “Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a expressão: Jesus, eu confio em Vós. Desejo que esta imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela, e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo, também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como Minha própria glória.”(p.34.Diário de Santa Faustina).

Jesus disse à Santa Faustina: “Os dois raios representam o Sangue e a Água: o raio pálido significa a Água que justifica as almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da Minha Misericórdia, quando na cruz, o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança.”(Diário de Santa Faustina. p.106).

Jesus disse à Santa Faustina:“Às três horas da tarde, implora à Minha Misericórdia especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta é a hora de grande misericórdia para o Mundo inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir pela Minha Paixão…” (Diário, 1320).

Jesus disse à Santa Faustina:Uma jaculatória que pode ser rezada nessa hora e que também foi ensinada por Jesus à Irmã Faustina é a seguinte: “Ó Sangue e Água que jorrastes do coração de Jesus, como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós!” (Diário, 84).

Jesus disse à Santa Faustina:”Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. (…). Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate.(Diário p.699)

HOMILIA DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II
NA CELEBRAÇÃO DA MISSA NO

“DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA”

Domingo, 22 de abril de 2001

“Não temas! Eu sou o Primeiro e o Último. O que vive; conheci a morte, mas eis-Me aqui vivo pelos séculos dos séculos” (Ap 1, 17-18).

Ouvimos na segunda leitura, tirada do livro do Apocalipse, estas palavras confortadoras. Elas convidam-nos a dirigir o olhar para Cristo, para experimentar a sua presença tranquilizadora. A cada um, seja qual for a condição em que se encontre, até a mais complexa e dramática, o Ressuscitado responde:  “Não temas!”; morri na cruz, mas agora “vivo pelos séculos dos séculos”; “Eu sou o Primeiro e o Último. O que vive”.

“O Primeiro”, isto é, a fonte de cada ser e a primícia da nova criação:  “O Último”, o fim definitivo da história; “O que vive”, a fonte inexaurível da Vida que derrotou a morte para sempre. No Messias crucificado e ressuscitado reconhecemos os traços do Anjo imolado no Gólgota, que implora o perdão para os seus  algozes  e  abre  para  os  pecadores penitentes as portas do céu; entrevemos  o  rosto  do  Rei  imortal  que  já tem “as chaves da Morte e do Inferno” (Ap 1, 18).
2. “Louvai o Senhor porque Ele é bom,  porque  é  eterno  o  Seu  amor” (Sl 117, 1). Façamos nossa a exclamação do Salmista, que cantamos no Salmo responsorial:  porque é eterno o amor do Senhor! Para compreendermos profundamente a verdade destas palavras, deixemo-nos conduzir pela liturgia ao centro do acontecimento da salvação, que une a morte e a ressurreição de Cristo à nossa existência e à história do mundo. Este prodígio de misericórdia mudou radicalmente o destino da humanidade. É um prodígio em que se abre em plenitude o amor do Pai que, pela nossa redenção, não se poupa nem sequer perante o sacrifício do seu Filho unigénito.

Em Cristo humilhado e sofredor, crentes e não-crentes podem admirar uma solidariedade surpreendente, que o une à nossa condição humana para além de qualquer medida imaginável. Também depois da ressurreição do Filho de Deus, a Cruz “fala e não cessa de falar de Deus Pai, que é absolutamente fiel ao seu eterno amor para com o homem… Crer neste amor significa acreditar  na  misericórdia” (Dives  in  misericordia, 7).

Desejamos dar graças ao Senhor pelo seu amor, que é mais forte do que a morte e do que o pecado. Ele revela-se e torna-se actuante como misericórdia na nossa existência quotidiana e convida todos os homens a serem, por sua vez, “misericordiosos” como o Crucificado. Não é porventura amar a Deus e amar o próximo e até os “inimigos”, seguindo o exemplo de Jesus, o programa de vida de cada baptizado e de toda a Igreja?

3. Com estes sentimentos, celebramos o segundo Domingo de Páscoa, que desde o ano passado, ano do Grande Jubileu, também é chamado “Domingo da Divina Misericórdia”. É para mim uma grande alegria poder unir-me a todos vós, queridos peregrinos e devotos provenientes de várias nações para comemorar, à distância de um ano, a canonização da Irmã Faustina Kowalska, testemunha e mensageira do amor misericordioso do Senhor. A elevação às honras dos altares desta humilde Religiosa, filha da minha Terra, não significa um dom só para a Polónia, mas para a humanidade inteira. De facto, a mensagem da qual ela foi portadora constitui a resposta adequada e incisiva que Deus quis oferecer às interrogações e às expectativas dos homens deste nosso tempo, marcado por grandes tragédias. Jesus, um dia disse à Irmã Faustina:  “A humanidade  não  encontrará  paz,  enquanto não tiver confiança na misericórdia divina” (Diário, pág. 132). A Misericórdia divina! Eis o dom pascal que a Igreja recebe de Cristo ressuscitado e oferece à humanidade no alvorecer do terceiro milénio.

4. O Evangelho, que há pouco foi proclamado, ajuda-nos a compreender plenamente o sentido e o valor deste dom. O evangelista João faz-nos partilhar a emoção sentida pelos Apóstolos no encontro com Cristo depois da sua ressurreição. A nossa atenção detém-se no gesto do Mestre, que transmite aos discípulos receosos e admirados a missão de serem ministros da Misericórdia divina. Ele mostra as mãos e o lado com os sinais da paixão e comunica-lhes:  “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós” (Jo 20, 21). Imediatamente a seguir, “soprou sobre eles e disse-lhes:  recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoardos, àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23). Jesus confia-lhes o dom de “perdoar os pecados”, dom que brota das feridas das suas mãos, dos seus pés e sobretudo do seu lado trespassado. Dali sai uma vaga de misericórdia para toda a humanidade.

Revivemos este momento com grande intensidade espiritual. Também hoje o Senhor nos mostra as suas chagas gloriosas e o seu coração, fonte ininterrupta de luz e de verdade, de amor e de perdão.

5. O Coração de Cristo! O seu “Sagrado Coração” deu tudo aos homens:  a redenção, a salvação, a santificação. Deste Coração superabundante de ternura Santa Faustina Kowalska viu sair dois raios de luz que iluminavam o mundo. “Os dois raios segundo quanto o próprio Jesus lhe disse representam o sangue e a água” (Diário, pág. 132). O sangue recorda o sacrifício do Gólgota e o mistério da Eucaristia; a água, segundo o rico simbolismo do evangelista João, faz pensar no baptismo e no dom do Espírito Santo (cf. Jo 3, 5; 4, 14).

Através do mistério deste coração ferido, não cessa de se difundir também sobre  os  homens  e  as  mulheres  da nossa época o fluxo reparador do amor misericordioso de Deus. Quem aspira à felicidade  autêntica  e  duradoura,  unicamente  nele  pode  encontrar  o  seu segredo.

6. “Jesus, confio em Ti”. Esta oração, querida  a  tantos  devotos,  exprime muito bem a atitude com que também nós desejamos abandonar-nos confiantes nas tuas mãos, ó Senhor, nosso único Salvador.

Arde em Ti o desejo de seres amado, e quem se sintoniza com os sentimentos do teu coração aprende a ser construtor da nova civilização do amor. Um simples acto de abandono é o que basta para superar as barreiras da escuridão e da tristeza, da dúvida e do desespero. Os raios da tua divina misericórdia dão nova esperança, de maneira especial, a quem se sente esmagado pelo peso do pecado.

Maria, Mãe da Misericórdia, faz com que conservemos sempre viva esta confiança no teu Filho, nosso Redentor. Ajuda-nos também tu, Santa Faustina, que hoje recordamos com particular afecto. Juntamente contigo queremos repetir, fixando o nosso olhar frágil no rosto do divino Salvador:  “Jesus, confio em Ti”. Hoje e sempre. Amen.

http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/homilies/2001/documents/hf_jp-ii_hom_20010422_divina-misericordia_po.html

d)São Domingos e a devoção do Santo Rosário

“O Santo Rosário,  na forma como é rezado presentemente, foi inspiurado à Igreja, e dado pela Santíssima Virgem São Domingos, no ano de 1214, para converter os hereges albigenses e os pecadores, conforme relatou o Beato Alano de La Roche. São Domingos, vendo que os pecados dos homens impediam a conversão dos hereges albigenses, entrou numa floresta próxima a Toulouse e lá passou três dias e três noites em contínua oração e penitência. Para acalmar a cólera de Deus, não cessava de gemer, de chorar e de macerar o corpo com golpes de disciplina, a ponto de cair esgotado. A Virgem então lhe apareceu..e lhe disse: “Se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos, prega o meu Rosário. O Santo se levantou consoladíssimo e, ardendo de zelo pela consolação das almas, entrou na catedral; Imediatamente os sinos foram tocados por anjos para reunir os habitantes. No começo da pregação houve uma tespestade espantosa; a terra tremeu, o sol se obscureceu, trovões e relâmpagos repetidos fizeram estremecer e empalidecer os ouvintes…A tempestade cessou afinal, pelas orações de São Domingos. Esse prosseguiu a pregação e explicou com tanto fervor e entusiasmo a excelência do Santo Rosário, que quase todos os habitantes de Toulouse o adotaram e renunciaram a seus erros. Em pouco tempo,  notou-se uma grande mudança nos costumes e na vida da cidade.”

Fonte:  A Eficácia Maravilhosa do Santo Rosário. São Luís Grignion de Montfort. 2000. Ed. Artpress.p-8-9.

ENSINAMENTOS DE SUA SANTIDADE O PAPA BENTO XVI SOBRE SÃO DOMINGOS DE GUSMÃO: “Quando Domingos faleceu, em 1221 em Bolonha, a cidade que o declarou padroeiro, a sua obra já tinha alcançado grande sucesso. A Ordem dos Pregadores, com o apoio da Santa Sé, difundiu-se em muitos países da Europa, em benefício da Igreja inteira. Domingos foi canonizado em 1234, e é ele mesmo que, com a sua santidade, nos indica dois meios indispensáveis a fim de que acção apostólica seja incisiva. Em primeiro lugar, a devoção mariana, que ele cultivou com ternura e deixou como herança preciosa aos seus filhos espirituais, que na história da Igreja tiveram o grande mérito de difundir a recitação do santo Rosário, tão querida ao povo cristão e tão rica de valores evangélicos, uma autêntica escola de fé e de piedade.”

Fonte: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2010/documents/hf_ben-xvi_aud_20100203_po.html

e) Santa Catarina Labouré e a jaculatória:”Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

Com efeito, em 27 de dezembro Catarina foi novamente tomada de “um grande desejo de ver a Virgem Santa”: ‘Desejo tão forte que tive a convicção de que a veria em seu mais belo esplendor. Avistei a Virgem Santa na altura do quadro de São José…Em pé, vestida de branco, altura mediana, figura tão bela que me seria impossível falar de sua beleza. Estava com um traje de seda branco-aurora.’

A noviça viu na hora da oração um quadro que representa a Virgem Santa tal como é comumente representada sob o título de Imaculada Conceição, em pé, e de braços estendidos. Vestida com um traje branco e manto azul prateado, tinha ela um véu de aurora, e de suas mãos saíam, como em feixes, raios de um brilho fulgurante. A irmã ouviu no mesmo instante uma voz que dizia: “Esses raios são o símbolo das graças que Maria concede aos homens”.Ao redor do quadro , ela leu, em letras douradas, a seguinte invocação: Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.(p.35-36).

f)Aparições de Nossa Senhora das Graças à Santa Catarina Labouré

A noviça viu na hora da oração um quadro que representa a Virgem Santa tal como é comumente representada sob o título de Imaculada Conceição, em pé, e de braços estendidos. Vestida com um traje branco e manto azul prateado, tinha ela um véu de aurora, e de suas mãos saíam, como em feixes, raios de um brilho fulgurante. A irmã ouviu no mesmo instante uma voz que dizia: “Esses raios são o símbolo das graças que Maria concede aos homens”.(p.35). Ao redor do quadro , ela leu, em letras douradas, a seguinte invocação: Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

g)Santa Catarina Labouré e a medalha milagrosa

“Sobre esse ponto sósei expressar aquilo que senti e percebi; a beleza e o brilho, os raios…Estendo essas graças às pessoas que as pedem a mim (ouviu Catarina). Ela me fez compreender o quanto era agradável rogar à Virgem Santa e o quanto ela era generosa com quem lhe rogava. Quantas graças ela concedia a quem as pedia, quantas alegrias sentia ela em concedê-las…Alguns momentos depois, esse quadro se vira e, no reverso ela distingue letra M acima da qual havia uma pequena cruz e, abaixo, os sagrados Corações de Jesus e de Maria. Depois de ela ter observado atentamente tudo isso, disse-lhe a voz: “É preciso mandar cunhar uma medalha conforme esse modelo, e as pessoas que a usarem indulgenciada e disserem com piedade essa curta prece, terão a proteção especial de Deus.(p.35-36).

Fonte: René Laurentin.Santa Catarina Labouré – Mensageira de Nossa Senhora das Graças e da Medalha Milagrosa. Paulinas.2009

VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE A PARIS E LISIEUX

PRECE DO PAPA JOÃO PAULO II
NA CAPELA DA MEDALHA MILAGROSA

Paris, 31 de Maio de 1980

Ave, Maria,
cheia de graça,
o Senhor é convosco
bendita sois vós entre as mulheres
bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte.

Amen.

Ó Maria concebida sem pecado,
rogai por nós que recorremos a vós.

Esta é a oração que vós inspirastes, ó Maria, a Santa Catarina Labouré, neste mesmo lugar há 150 anos; e esta invocação, agora impressa na medalha, e actualmente levada e pronunciada por tantos fiéis no mundo inteiro!

Neste dia em que a Igreja celebra a visita que vos fizestes a Isabel quando o Filho de Deus já tomara carne no vosso seio a nossa primeira oração será para vos louvar e vos bendizer. Vós sois bendita entre todas as mulheres! Bem-aventurada vós que acreditastes! O Poderoso fez por vós maravilhas! A maravilha da vossa maternidade divina! E em previsão dela, a maravilha da vossa Imaculada Conceição! A maravilha do vosso Fiat! Vós fostes associada tão intimamente a toda a obra da nossa Redenção, associada à cruz do nosso Salvador, o vosso Coração foi por isso trespassado, ao lado do Seu Coração. E agora, na glória do vosso Filho, vós não cessais de interceder por nós, pobres pecadores. Vós velais pela Igreja de que sois Mãe. Vós velais por cada um dos vossos filhos. Vós obtendes de Deus, para nós, todas estas graças, simbolizadas pelos raios de luz que irradiam das vossas mãos abertas. Apenas sob a condição de que nos atrevamos a pedir-vo-las, que nos aproximemos de vós com a confiança, a ousadia e a simplicidade duma criança assim que vós nos levais sem cessar a caminho do vosso divino Filho.

Neste lugar abençoado, gosto de vos repetir eu próprio, hoje, a confiança, o apego profundíssimo de que vós me fizestes sempre a graça. “Totus tuus”. Venho como peregrino, depois de todos os que vieram a esta capela a partir de há 150 anos; como todo o povo cristão que em grande número está aqui todos os dias para vos dizer a sua alegria, a sua confiança e a sua súplica. Venho como o Beato Maximiliano Kolbe: antes da sua viagem missionária ao Japão; precisamente há 50 anos, veio ele aqui procurar o vosso apoio particular para propagar aquilo a que chamou depois “A Milícia da Imaculada” e veio lançar a sua obra prodigiosa de renovação espiritual, sob o vosso patrocino, antes de dar a vida pelos seus irmãos. Cristo pede hoje a sua Igreja uma grande obra de renovação espiritual. E eu, humilde sucessor de Pedro, é esta grande obra que venho confiar-vos; como o fiz em Jasna Gora, em Nossa Senhora de Guadalupe em Knock, em Pompéia, em Éfeso, e como o farei no próximo ano em Lourdes.

Consagramo-vos as nossas forças e a nossa disponibilidade para servirmos o desígnio de salvação operada pelo vossa Filho. Pedimo-vos que, graças ao Espírito Santo, a fé se aprofunde e robusteça em todo o povo cristão, para a comunhão vencer todos os germes de divisão e para a esperança ser revigorada em todos os desanimados. Pedimo-vos especialmente por este povo da França, pela Igreja que está na França, pelos seus Pastores, pelas almas consagradas, pelos pais e mães de família, pelas crianças e pelos jovens, pelos homens e pelas mulheres da terceira idade. Pedimo-vos por aqueles que sofrem duma miséria particular, física ou moral, que sentem a tentação de infidelidade, que estão abalados pela dúvida num clima de incredulidade, e pedimo-vos também pelos que sofrem perseguição por causa da fé. Nós confiamo-vos o apostolado dos leigos, o ministério dos Sacerdotes e o testemunho das Religiosas. Nós vos pedimos que o apelo da vocação sacerdotal e religiosa seja muitas vezes ouvido e seguido, para glória de Deus e vitalidade da Igreja neste país, e pela dos países que esperam ainda uma ajuda fraternal missionária.

Recomendamo-vos especialmente a multidão das Irmãs da Caridade, cuja Casa-Mãe está neste lugar estabelecida, as quais, no espírito do fundador São Vicente de Paulo e de Santa Luísa de Marillac, estão tão prontas para servir a Igreja e os pobres em todos os meios em todos os países. Nós vos pedimos por aquelas que habitam esta Casa e acolhem, no coração desta capital febril, todos os peregrinos que sabem qual o preço do silêncio e da oração.

Ave, Maria,
cheia de graça,
a Senhor é convosco,
bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores,
agora e na hora da nossa morte.

Amen.

http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/1980/may/documents/hf_jp-ii_spe_19800531_medaglia-miracolosa_po.html

h)São Gaspar de Búfalo e a Devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus

“a devocão ao Preciosíssimo Sangue de Jesus, da qual foi propagador admirável no século passado o sacerdote romano s. Gaspar del Bufalo, teve o merecido consentimento e o favor desta Sé Apostólica.”(Carta Apostólica de São João XXIII inde a primis)

Papa João XXIII definiu-lhe como: “Glória toda resplandecente do clero romano, verdadeiro e maior apóstolo da devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus no mundo”. Em 1810 uma piedosa religiosa dizia que surgiria um zeloso sacerdote que sacudiria o povo da sua indiferença, mediante a propagação de devoção ao Precioso Sangue. Naquele ano Gaspar de Búfalo, com dois anos de sacerdócio, tinha sido preso por ter rejeitado o juramento de fidelidade a Napoleão. Libertado do cárcere, após a queda de Napoleão, Gaspar recebeu de Pio VII a incumbência de se dedicar às missões populares pela restauração religiosa e moral do Estado Pontifício. Ele empreendeu essa nova cruzada em nome do Precioso Sangue de Jesus, tornando-se o ardoroso apóstolo desta devoção.

Fonte:http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=SANTODIA&id=scd0163

i)Devoção ao Nome de Jesus e São Bernardino de Sena

Bernardino de Sena fica na história da pregação, da teologia e da ascética, sobretudo como apóstolo do Nome de Jesus. Impressionado pela advertência de Cristo: “E tudo quanto pedirdes em Meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14, 13), não pára de fazer-se eco da mesma: pedir ao Padre em nome do Filho é reconhecer o plano de Deus, que desejou servir-se do Verbo encarnado para nos salvar. Nós podemos e devemos santificar-nos por meio da invocação do Filho, cuja mediação nos abre o caminho de acesso ao Pai. O nome de Cristo, portanto, significa misericórdia para com os pecadores, força para vencer na luta, saúde para os enfermos, alegria e exultação para quem o invoca com devoção nas várias circunstâncias da vida, glória e honra para quantos nele têm fé, conversão da tibieza em fervor da caridade, certeza de ser ouvido para quem o invoca, doçura para quem devotamente o medita, suavidade inebriante para quem na contemplação lhe penetra o mistério, fecundidade de méritos para quem é ainda peregrino, glorificação e beatitude para quem já chegou à meta, o Nome de Jesus foi a bandeira, impugnando a qual São Bernardino enfrentou as situações mais difíceis, conseguindo triunfar delas: foi nesse Nome que ele obteve a pacificação das facções rivais, o melhoramento dos costumes, o reavivamento da fé e o incremento da prática cristã.

j)IHS: Iesus Hominum Salvator

Em 1417, começando de Génova, partiu para a sua vasta e intensa obra, percorrendo o Norte e o Centro da Itália, anunciando a todos com ardor e com paixão o amor de Cristo e difundindo em toda a parte a devoção ao Nome de Jesus, especialmente sob o símbolo “IHS”: Iesus Hominum Salvator. São Bernardino foi grande enamorado de Jesus e gastou toda a vida a fazer conhecer e amar o Divino Salvador, como demonstram os seus ainda actuais sermões em latim.

…Foi o inventor e o propagador do trigrama IHS (Ihesus), que mandou pintar a ouro sabre tabuletas, com a toda a volta raios, a que atribuía particulares significados simbólicos. Com este meio, Frei Bernardino difundiu, por onde quer que passou, a devoção ao Santíssimo Nome de Jesus, já praticada em mosteiros e conventos há séculos, mas que agora se tornava um bem comum do povo cristão.

Ainda hoje sobre as portas de muitas igrejas e muitas casas, como também de antigos palácios públicos, em muitas cidades da Itália, se vêem esculpidos estes brasões com o Nome de Jesus.

Quanto desejaria que a celebração do centenário bernardiniano contribuísse também, e mesmo sobretudo, para isto: para fazer voltar o Nome de Jesus, como sinal da fé e da vida cristã das famílias, à porta de casa, no interior, tanto na Itália como nos outros Países. Peço-o aos pais e às mães de família, mas também aos jovens que estimo e amo, especialmente aos jovens casais: levai de novo o Nome de Jesus às vossas casas. Repito-vo-lo com as palavras mesmas de São Bernardino: “O nome de Jesus colocai-o nas vossas casas, nos vossos quartos e conservai-o no coração” (Quaresimale di Firenze, 1425, in Le prediche volgari, Firenze 1940, II, 190 ss.).

6. São Bernardino teve, no seu tempo, a intuição de o mistério de Jesus, “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14, 6), encerrado no Seu Nome, que significava salvação, ser o anúncio de que tinham necessidade os homens de então, como os de sempre, e por isso se dedicou à pregação do Evangelho sob este santo sinal: “refúgio dos penitentes, bandeira dos combatentes, remédio dos fracos, conforto dos que sofrem, honra dos crentes, esplendor dos evangelizantes, mérito dos que trabalham, auxílio dos inconstantes, suspiro dos meditantes, deferimento dos orantes, gosto dos contemplativos e glória dos triunfantes”.

É a explicação dada por Frei Bernardino dos doze raios dourados que nas suas tabuletas circundam o trigrama “IHS” (cf. De glorioso nomine Jesu Christi; Sermo 49, Opera, II, N. 293-302), subdivididos segundo a tríplice classificação tradicional dos imperfeitos, dos proficientes e dos perfeitos na vida espiritual. Mas aquele sinal simbólico traduzia a descoberta que fizera de um Cristo que leva a todos os homens, em todos os tempos e em todas as condições da vida, uma mensagem salvífica de valor universal.

Assim o Nome de Jesus tornou-se assunto vivo e vivificante na sua pregação para os homens do século XV, e era chama acesa também sobre toda a auréola dos preceitos de ordem moral, para os quais o Santo chamava os indivíduos, as famílias e a sociedade.

Até a moral cristã encontrava nova força persuasiva e plasmadora, porque se tornava expressão e irradiação de Cristo, Mestre de vida.

Também para nós se trata de receber de são Bernardino a mensagem sobre Cristo da Nova e Eterna Aliança, renovador de todas as coisas (cf. Apoc. 21, 5), vivificador do homem em todas as dimensões da sua existência.

Fonte:http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/1980/august/documents/hf_jp-ii_spe_19800830_giovani-laquila_po.html

http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/1980/september/documents/hf_jp-ii_spe_19800907_massa-marittima_po.html

Fonte: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/homilies/1980/documents/hf_jp-ii_hom_19800830_laquila_po.html

l)São Pedro Julião Eymard e a Adoração Perpétua da Eucaristia

São Pedro Julião notava muita indifenrença religiosa entre o povo. “Deus não é amado, porque não é conhecido”, dizia ele. “É necessário tirar Cristo do sacrário, apresentá-lo ao povo como o grande Senhor, Mestre, Salvador, vivo, real em nosso meio”. Após rezar muito, aconselhar-se e inclusive com o Papa Pio IX, Deus revelou-lhe sua vontade. Após 17 anos como religioso marista, recebeu de Maria Santíssima a missão de fundar uma obra dedicada à adoração perpétua da Eucaristia, a Congregação do Santíssimo Sacramento: “Consagra a tua existência – revelou-lhe Maria – a tornar honrado o meu Filho na Eucaristia”. Padre Pedro Julião, a partir de então, dirigiu toda a sua vida e atividade apostólica para a grande e sublime missão de servir a pessoa real de Cristo presente na Eucaristia.

Fonte: http://cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=4113

Após alguns anos no ministério pastoral, em 1839, padre Eymard entrou na recém-fundada Congregação dos Padres Maristas, em Lyon. Nesta Ordem permaneceu durante dezessete anos, chegando a ocupar altos cargos. Foi quando recebeu de Maria Santíssima a missão de fundar uma obra dedicada à adoração perpétua da eucaristia.

…Lá, em 1856, com a ajuda do arcebispo de Paris, fundou a Congregação dos Padres do Santíssimo Sacramento. E, depois de três anos, a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento. Mais tarde, também fundou uma Ordem Terceira, em que leigos comprometem-se na adoração do Santíssimo Sacramento.

Padre Pedro Julião Eymard foi incansável, viajando por toda a França, para levar sua mensagem eucarística. Como seu legado, além da nova Ordem, deixou inúmeros escritos sobre a espiritualidade eucarística.

Fonte:http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=2&Mes=8&SantoID=679

m)O presépio de Natal e São Francisco de Assis

Capítulo 30 – Do presépio que fez no dia de Natal do Senhor

Fontes Franciscanas

84.

1 Sua maior aspiração, seu mais vivo desejo e mais elevado propósito era observar o Evangelho em tudo e por tudo, imitando com perfeição, atenção, esforço, dedicação e fervor os “passos de Nosso Senhor Jesus Cristo no seguimento de sua doutrina”.

2 Estava sempre meditando em suas palavras e recordava seus atos com muita inteligência.

3 Gostava tanto de lembrar a humildade de sua encarnação e o amor de sua paixão, que nem queria pensar em outras coisas.

4 Precisamos recordar com todo respeito e admiração o que fez no dia de Natal, no povoado de Grécio, três anos antes de sua gloriosa morte.
5 Havia nesse lugar um homem chamado João, de boa fama e vida ainda melhor, a quem São Francisco tinha especial amizade porque, sendo muito nobre e honrado em sua terra, desprezava a nobreza humana para seguir a nobreza de espírito.

6 Uns quinze dias antes do Natal, São Francisco mandou chamá-lo, como costumava fazer, 7 e disse: “Se você quiser que celebremos o Natal em Grécio, é bom começar a preparar diligentemente e desde já o que eu vou dizer.
8 Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e contemplar com os próprios olhos como ficou em cima da palha, entre o boi e o burro”.

9 Ouvindo isso, o homem bom e fiel correu imediatamente e preparou no lugar indicado o que o santo tinha pedido.

85. 1 E veio o dia da alegria, chegou o tempo da exultação.
2 De muitos lugares foram chamados os irmãos. Homens e mulheres do lugar, coração em festa, prepararam como puderam tochas e archotes para iluminar a noite que tinha iluminado todos os dias e anos com sua brilhante estrela.

3 Por fim, chegou o santo e, vendo tudo preparado, ficou satisfeito.

4 Fizeram um presépio, trouxeram palha, um boi e um burro.

5 Grécio tornou-se uma nova Belém, honrando a simplicidade, louvando a pobreza e recomendando a humildade.

6 A noite ficou iluminada como o dia: era um encanto para os homens e para os animais.

7 O povo foi chegando e se alegrou com o mistério renovado em uma alegria toda nova.

8 O bosque ressoava com as vozes que ecoavam nos morros.

9 Os frades cantavam, dando os devidos louvores ao Senhor e a noite inteira se rejubilava.

10 O santo estava diante do presépio a suspirar, cheio de piedade e de alegria.
11 A missa foi celebrada ali mesmo no presépio, e o sacerdote sentiu uma consolação jamais experimentada.

86. 1 O santo vestiu dalmática, porque era diácono, e cantou com voz sonora o santo Evangelho.

2 De fato, era “uma voz forte, doce, clara e sonora”, convidando a todos às alegrias eternas.

3 Depois pregou ao povo presente, dizendo coisas doces como o mel sobre o nascimento do Rei pobre e sobre a pequena cidade de Belém.

4 Muitas vezes, quando queria nomear Cristo Jesus, chamava-o também com muito amor de “menino de Belém”, e pronunciava a palavra “Belém” como o balido de uma ovelha, enchendo a boca com a voz e mais ainda com a doce afeição.
5 Também estalava a língua quando falava “menino de Belém” ou “Jesus”, saboreando a doçura dessas palavras.

6 Multiplicaram-se nesse lugar os favores do Todo-Poderoso, e um homem de virtude teve uma visão admirável.

7 Pareceu-lhe ver deitado no presépio um bebê sem vida, que despertou quando o santo chegou perto.

8 E essa visão veio muito a propósito, porque o menino Jesus estava de fato esquecido em muitos corações, nos quais, por sua graça e por intermédio de São Francisco, ele ressuscitou e deixou a marca de sua lembrança.
9 Quando terminou a vigília solene, todos voltaram contentes para casa.
87. 1 Guardaram a palha usada no presépio para que o Senhor curasse os animais, da mesma maneira que tinha multiplicado sua santa misericórdia.
2 De fato, muitos animais que padeciam das mais diversas doenças naquela região comeram daquela palha e ficaram curados.

3 Mais: mulheres com partos longos e difíceis tiveram um resultado feliz colocando sobre si mesmas um pouco desse feno. Da mesma sorte, muitos homens e mulheres conseguiram a cura das mais variadas doenças.
4 O presépio foi consagrado a um templo do Senhor e no próprio lugar da manjedoura construíram um altar em honra de nosso pai São Francisco e dedicaram uma igreja, para que, 5 onde os animais já tinham comido o feno, passassem os homens a se alimentar, para salvação do corpo e da alma, com a carne do cordeiro imaculado e incontaminado, Jesus Cristo nosso Senhor,
6 que se ofereceu por nós com todo o seu inefável amor e vive com o Pai e o Espírito Santo eternamente glorioso por todos os séculos dos séculos. Amém. Aleluia, Aleluia.

Fonte:Frei Tomás de Celano, Primeira Vida de São Francisco, nn. 84-87, em: São Francisco de Assis: Escritos e biografias…, pp. 238-240, Editora Vozes, Petrópolis, 1983.

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